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APIP participa na Conferência Automotive Summit
25 de junho de 2024
No passado dia 25 de junho a CNN Portugal, em parceria com a Standvirtual juntou, no Museu do Oriente em Lisboa, vários especialistas e empresas do setor automóvel no Automotive Summit. Nesta conferência, cujo tema foi "O Carro do Futuro", refletiu-se sobre o futuro deste setor bem como os desafios que enfrenta, a nível económico, fiscal e sobretudo ambiental.
O Vice-Presidente da APIP para a área Automóvel e Peças Técnicas, Gonçalo Tome participou na mesa redonda “Indústria e cadeia de valor”, moderada por Vitor Costa e onde estiveram presentes José Couto, Presidente da AFIA, João Faustino, Presidente da CEFAMOL - Portuguese Association for the Mould Industry e Nuno Rangel, Diretor da APLOG.
Gonçalo Tomé referiu que, atualmente, cerca de 50% do volume de um carro é composto por plástico, contudo este material representa apenas 10% do peso do carro. Tendo 5 vezes menos densidade específica que outros materiais, o plástico acaba por ter, também, uma influência ao nível das emissões de gases de efeito de estufa (GEE) - num carro com motor a combustão, as emissões são uma função direta do peso, ou seja, quando o carro é mais leve, durante o seu serviço, emitirá menos GEE tendo um maior desempenho ambiental. Por outro lado, nos carros a bateria, menos peso implica uma maior autonomia.
Outra das questões relevantes, de acordo com o Vice-Presidente da APIP para a área Automóvel e Peças Técnicas, é a segurança. O plástico é utilizado em várias componentes de segurança ativa e passiva do carro, absorvendo energia de um possível impacto, impedindo que essa energia seja transferida para os ocupantes do veículo. Este material é ainda indispensável para vários sistemas de segurança, como airbags, e muitos dos sistemas de apoio ao progresso da condução autónoma utilizam componentes de plástico para o suporte de radar, LiDAR, câmaras e outros dispositivos, além das espumas, tecidos e das inúmeras aplicações das carpetes, bem como peças físicas.
Gonçalo Tomé reforçou que os carros nunca tiveram tanto plástico como têm atualmente e que a tendência será o aumento da incorporação deste material, prova disso é o facto de, numa década, o peso do carro ter diminuído cerca de 80 kg, sendo que os componentes em plástico aumentaram em 30 kg. Por outro lado, a incorporação de material reciclado constitui uma preocupação da Indústria há mais de 20 anos, que executa análises de ciclo de vida ainda antes destas serem um requisito normativo. A descarbonização também representa um vetor de relevo, onde maior parte das indústrias deste setor em Portugal já atuam nas emissões diretas e indiretas da energia que consomem (âmbito 1 e âmbito 2 respetivamente).